Falar de Filmes
Neste espaço iremos falar de filmes e, preferencialmente, sobre os filmes que se encontram nas bibliotecas do nosso Agrupamento.
Estes filmes estão disponíveis para que os vejas e, se assim o desejares, podes requisitá-los e visualizá-los, no conforto da tua casa, sozinh@ ou na companhia da tua família.
Se gostas de cinema, se os filmes são parte importante da tua vida, este espaço é teu.

Os Coristas
Hoje quero falar-vos sobre um filme peculiar.
Um filme ímpar, realizado a partir da adaptação do filme do cineasta Jean Dréville, de 1945 (final da 2ª Guerra Mundial), La Cage aux rossignols, tendo este partido da adaptação de uma ideia original de Georges Chaperot et René Wheeler, «Les Choristes». A dinâmica do cinema marcado pela construção intertextual fica patente neste diálogo temporal.
Voltando ao nosso filme, Os Coristas (título em português), é um filme de 2004, co- produzido pela França, Alemanha e Suíça, realizado pelo realizador francês Christophe Barratier, com banda sonora a cargo do compositor francês Bruno Goulias, que teve estreia nas salas de cinema nacionais no dia 11 de novembro de 2004.
É um filme sobre a memória de uma instituição, o Centro Educativo Ker Goat, situado em Pleurtuit, entre as localidades de Dinan e St Malo, Bretanha em que um Diretor de Orquesta recorda o seu professor de música e relembra a importância que ele teve no seu desenvolvimento e na construção da sua vida pessoal e profissional.
Passado num colégio interno, mostra como a educação e a escola podem ser motores de transformação e de construção da vida.
É também um desafio ao imobilismo educativo institucional encontrando no professor, enquanto indivíduo, o papel revolucionário que pode transformar o propósito de vida de quem o rodeia.
Vencedor de diversos galardões do mundo do Cinema, com destaque para o César de Melhor Música Original Escrita para um Filme (2005), o César do Melhor Som (2005), o Prémio do Cinema Europeu para o Melhor Compositor (2004 – Bruno Goulias) e com duas nomeações aos Óscares de 2005 (Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Canção Original), Os Coristas é uma obra marcante do olhar do Cinema sobre a Músicae a sua importância para o desenvolvimento humano. É igualmente uma incursão pelo maravilhoso universo da música coral sendo por isso um filme a Ver e a Escutar.
João Paulo Amaral
Fontes consultadas
https://fr.wikipedia.org/wiki/Les_Choristes_(film)
https://en.wikipedia.org/wiki/A_Cage_of_Nightingale
https://www.youtube.com/watch?v=a4BAosvKfT4
A VER e a ESCUTAR:
Trailer in: https://www.youtube.com/watch?v=qhYtVMoWFNQ, 23/02/2024.
Música in: https://www.youtube.com/watch?v=LcYYLQzyeDw, Les Choristes - Vois Sur Le Chemin / Traducción y Pronunciación del Francés al Español, 23/02/2024.
Imagem 1 in: https://cinecartaz.publico.pt/filme/os-coristas-115722; 23/02/2024, 13:04h.
Mr. Holland Oppus (título português: O Professor).

O filme que escolhi para inaugurar esta rubrica e que aconselho apaixonadamente chama-se Mr. Holland Oppus (título português: O Professor).
Mr. Holland Oppus - O Professor é um filme realizado por Stephen Herek, no ano de 1995, EUA, com argumento de Patrick Shane Duncan e que conta nos principais papéis com os atores Rochard Dreyfuss, Glenne Headley e Jay Thomas.
O filme estreou em Portugal no dia 24 de maio de 1996.
Quando vi este filme pela primeira vez, no ano da sua estreia em Portugal, uma pergunta tomou forma na minha mente: pode um filme conter tudo?
A minha resposta foi um sim inequívoco. Mr. Holland Oppus é uma sinfonia sobre a vida que acompanha o tempo de vida profissional e pessoal de um professor. Estamos em presença de uma obra cinematográfica que nos faz pensar sobre a importância que tem a passagem pela escola na vida de todos nós: professor@s, alun@s, pais, decisores políticos. É igualmente um filme sobre as diferenças, todas as diferenças, que podemos encontrar na escola enquanto espaço privilegiado de encontros. É um olhar sensível sobre a interdependência que nos une e que, por vezes, nos parece separar.
Um filme para ver de olhos bem abertos e para escutar como quem escuta uma Sinfonia.
Trailer AQUI.
Professor João Paulo Amaral
joão.amaral@agrupamentolimafreitas.org
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Trailer AQUI.
Mar Adentro
Pode a Morte ser uma janela para a Vida?
Num momento crítico que que os políticos e os meios de comunicação voltam a olhar para olhar para a importância do reconhecimento da morte assistida, enquanto fator de decisão individual que a sociedade deve reconhecer, Mar a Dentro é um filme a ver e a rever.
É um filme de urgência pelo desafio e pela beleza que transporta em cada momento. Um apelo ao debate e ao desassossego do coração e da mente.
A vida é um lugar de empatia ou torna-se numa não vida e, neste sentido, difere da opinião que se toma em nome do outro, em torno da mesa de café ou no descanso do sofá. A vida não é obrigação, prisão, condenação, ou decisão nossa sobre o outro, não se resume a um ato de Fé.
Quantas vezes num momento de firmação pensámos ou dissemos: É a minha Vida! Eu decido o quero fazer com ela!..
Porque se torna tão difícil entrar mar a dentro e encontrar na dignidade da morte o apelo da, não menos digna Vida.
Mar a Dentro é um filme imenso como o mar interior que nos desafia no quotidiano da existência. É um filme sobre a dignidade da vida e o encontro, inexorável, com o mistério insondável da morte. É um filme sobre a imensidão do amor e sobre a compaixão que nos move no encontro com quem amamos. É um filme sobre a imensidão infinita da liberdade.
Realizado em 2004, pelo premiado realizador espanhol Alejandro Amenábar, com argumento de Mateo Gil, teve estreia nas salas de cinema portuguesas em 24 de fevereiro de 2005, tendo vencido nesse ano o Óscar para a Melhor Película em língua não inglesa e acumulado os mais importantes prémios da indústria cinematográfica desse ano (Grande Prémio Especial do Júri no Festival de Cinema de Veneza, Globo de Ouro 2005, Goya 2005,...).
Com o aclamado ator Javier Barden, no papel de Ramón Sampedro, conta no seu elenco com atores e atrizes de excelência como Belén Rueda, Mabel Rivera, Lola Dueñas e Celso Bugalho, entre outros.
Para ver e escutar de mente aberta, olhar atento e ouvidos de escutar.
Bom filme.
João Paulo Amaral
O Clube dos Poetas Mortos (orig. Dead Poet Society)

Trailer
in:
https://www.youtube.com/watch?v=bOukvR5ZydQ,
(legendagem em português do Brasil), 30/01/2023.

Imagem1 in: https://pt.wikipedia.org/wiki/Dead_Poets_Society; 30/01/2023, 15:33h.
Imagem 2 in:
https://www.folhavitoria.com.br/geral/noticia/02/2021/carpe-diem-sociedade-dos-poetas-mortos-e-um-dos-filmes-mais-importantes-dos-anos-90; 30/01/2023, 15:37h.
O Clube dos Poetas Mortos (orig. Dead Poet Society)
Existem filmes que nos interpelam. Pedaços de imagem e de som que nos fazem pensar e por vezes tomar opções de vida e de existência.
Filmes que nos educam e nos ajudam a ser mais.
E este, desde muito cedo na nossa vida, é um legado das imagens e dos sons que os filmes e o Cinema nos oferece.
O Clube dos Poetas Mortos, ao contrário daquilo que o título possa transmitir, é um filme sobre a Vida. Um filme onde o poder da palavra, o encanto da poesia, é fruto de encontro e de vida.
É também um filme sobre o valor da Escola enquanto instituição. Sobre o que aprendemos e sobre o que nos ensinam. Sobre esse tempo de existência comum que não se repete e que levaremos na bagagem para toda a Vida. Sobre aquilo que a Escola pode ser e não é.
Numa soberba interpretação do saudoso ator Robin Williams, contando com um fantástico elenco (Robert Sean Leonard e Ethan Hawk, entre outr@s) e com a mestria do realizador Peter Weir, Dead Poet Society (trad. portuguesa, O Clube dos Poetas Mortos, 1989, EUA), …. Tendo sido nomeado para os Óscares nas categorias de Melhor Filme, Melhor Realizador, Melhor Argumento Original e Melhor Ator (Robin Williams), tendo vencido a categoria de Melhor Argumento Original (escrito por Tom Schulman), na 62ª edição dos Óscares.
Para ver e escutar de mente aberta, olhar atento e ouvidos de escutar.
Bom filme… e Carpe Diem.
João Paulo Amaral